Coronavírus: OMS alerta contra os “passaportes de imunidade”

Coronavírus: OMS alerta contra os “passaportes de imunidade”

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A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou que alguns governos indicaram que a descoberta de anticorpos contra o SARS-CoV-2, o vírus causador da COVID-19, serviria como base para “passaportes de imunidade”. Esse documento permitiria que as pessoas voltem a trabalhar e a viajar supondo que estariam a salvo da reinfecção. 

No momento, ainda não há comprovação em relação à possibilidade de uma reinfecção, ou seja, de aqueles que já estão curados contraírem o vírus novamente. Assim, a imunidade não está clara. Porém, até o final de abril de 2020 ainda não havia estudos científicos publicados com análise referente a imunidade atrelada a presença dos SARS-CoV-2 no organismo e a possibilidade de uma nova infecção. 

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passaportes de imunidade
Saiba mais sobre a polêmica em torno dos passaportes de imunidade! (Foto: Jornal da Record)

Por que desconfiar dos passaportes de imunidade?

A OMS está apreensiva quanto aos testes laboratoriais para detectar os anticorpos do vírus. Incluindo aí, os testes rápidos. Isso porque eles necessitam de uma validação a mais para garantir a confiabilidade e precisão. Desta forma, não há garantias seguras para emitir passaportes de imunidade.

Assim, pode acontecer de um teste impreciso qualificar um paciente de duas formas. A primeira é que eles podem apresentar um resultado falso negativo. A segunda é que aqueles que ainda não se infectaram podem ser diagnosticados falsamente positivos. Em qualquer das hipóteses, as consequências são graves e impactam nos esforços de conter a disseminação do vírus.

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Atualmente os países estão testando amplamente a sua população quanto aos anticorpos do SARS-CoV-2. Os testes estão sendo realizados, principalmente, com pessoas que tiveram contato íntimo com algum doente e os profissionais de saúde.  A OMS informou que apoia essas pesquisas, pois são decisivas para entender a extensão das condições de risco ligados à infecção. 

Resultados de estudos alertam contra a ideia dos passaportes de imunidade

A maioria desses estudos demonstram que as pessoas que se recuperaram da infecção têm anticorpos para o vírus. No entanto, algumas dessas pessoas têm níveis muito baixos de anticorpos neutralizantes no sangue, sugerindo que a imunidade celular também pode ser crítica para a recuperação. 

A OMS acrescenta ainda que esses estudos fornecerão informações sobre a proporção de pessoas com anticorpos COVID-19 verificáveis, porém eles não confirmariam a imunidade das pessoas a infecções secundárias.

As pessoas que admitirem imunidade a uma segunda infecção porque receberam um resultado positivo no teste podem desconsiderar as recomendações de saúde pública e serem reinfectadas.

Portanto, os certificados dos testes podem contribuir para o aumento de casos de contaminação. Sendo assim, a OMS concluiu que não há segurança quanto à eficácia da imunidade determinada pela quantidade de anticorpos presentes no organismo para garantir passaportes de imunidade.

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Autor Equipe Redação

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